terça-feira, 22 de junho de 2010

Apresentação Grupo B

Esse blog tem como objetivo apresentar a produção feita pelo grupo B e contar com a colaboração do grupo visitante para ampliar ainda mais os conhecimentos que foram desenvolvidos e as propostas que foram pensadas. Visualizem o material que o grupo disponibilizou nesse blog. Sejam bem vindos.

Enriqueçam o nosso trabalho com as suas sugestões e considerações

O grupo B desenvolveu seu trabalho baseado em:

Os Saberes
1. Ensinar a condição humana
2. Enfrentar as incertezas
3. Ensinar a compreensão
4. A ética do gênero humano

Os Pilares
1. Aprender a ser
2. Aprender a conhecer
3. Aprendendo a fazer
4. Aprendendo a viver juntos

Informática e Sociedade

APRESENTAÇÃO

“O mundo estava repleto de uma tecnologia revolucionária em avanço constante, baseada em triunfos da ciência natural previsíveis em 1914 e cuja conseqüência política mais impressionante talvez fosse a revolução nos transportes e nas comunicações, que praticamente anulou o tempo e a distância. (...) Porque, então, o século termina não com uma comemoração desse progresso inigualado e maravilhoso, mas num estado de inquietação?” (Eric Hobsbawn) O que Hobsbawn constata ao analisar o século XX corrobora com as conclusões de Edgar Morin de que “as crenças do passado em sua maioria contém erros e ilusões”. Assim, o educador necessita estar atento às cegueiras do conhecimento, à questão da identidade e da condição humana para contribuir na construção de um conhecimento pertinente. Mas existe um caminho a ser seguido para se chegar a esse conhecimento? Essa é uma busca, sobretudo da Pedagogia Contemporânea. Para Delors, “à educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele.” E para tal, indica os pilares sobre os quais a educação deverá estruturar-se: “aprender a conhecer, a ser, a fazer e a viver juntos”. De encontro com esses pilares, Morin aponta os sete saberes necessários à educação do futuro. Como elaborar uma arquitetura pedagógica, baseada numa ação didática que torne esta intenção realidade é a proposta deste seminário. Vale ressaltar que há, hoje, uma exigência de nova aliança entre os diversos saberes, usando uma expressão de Ilya Prigogine, “para um novo salto de patamar em nosso conhecimento e, sobretudo em nossa forma de conhecimento e de aprendizagem de conhecimentos. Partindo da multidisciplinaridade, mas esforçando-se para chegar a uma verdadeira transdiciplinaridade (...) para dar conta da complexidade não só da realidade, mas de nossos conhecimentos da realidade (...).” É sabido desde a antiguidade que o homem é um animal que faz utopias. Nós ansiamos por aquilo que ainda não existe. “Tecemos sonhos que geralmente não deixam de produzir resultados. Muitos destes sonhos têm criado asas e voado. O homem sempre busca pintar alguma tela, que se no presente não possui significado completo, no futuro poderá servir de meta e modelo para nosso movimento e comportamento.” (DURANT, 2001). Na atualidade as ciências humanas e sociais, definem o momento da humanidade como momento de transição do velho paradigma com bases no iluminismo e nos moldes da racionalidade científica para um novo paradigma baseado numa visão holística. Este paradigma concebe o mundo como um todo, e não como uma coleção de partes dissociadas. Ou, ainda, visão ecológica, num sentido muito mais amplo e mais profundo que o usual. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos. Para responder à esses novos desafios, Morin aponta que é necessário “assinalar novos objetivos à educação e, mudar a idéia que se tem da sua utilidade”.

ALGUMAS PROPOSTAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AÇÕES ESTRATÉGICAS.

As bases de uma educação que comporte os saberes apontados por Morin, os pilares de Delors e dê conta de abranger a complexidade que marca a História Contemporânea bem como os novos paradigmas que despontam necessitam de Ações que possibilitem ao Educador repensar e reconstruir o fazer didático.
• Ampliar o tempo e o espaço escolar e revisar as concepções vigentes de classificação e promoção escolar.
• Reorganizar o currículo estruturando-o no formato de plano, tornando-o mais abrangente.
• Atribuir às disciplinas que contemplem o lúdico, o simbólico e o mítico os mesmo valores dados às disciplinas de cunho cognitivo.
• Promover a participação de toda a comunidade escolar na elaboração, execução e nos resultados do Plano de Desenvolvimento Escolar.
• Disponibilizar os recursos tecnológicos de comunicação e informação para serem utilizados tanto pelo corpo docente quanto pelo discente de forma orientada e significativa, para desenvolvimento do projeto pedagógico.
• Revisar o Projeto Político Pedagógico visando possíveis mudanças nos métodos, nas expectativas de aprendizagem e nos conteúdos de aprendizagem, levando em conta o contexto familiar, social, profissional, político e econômico em que os alunos estejam inseridos;
• Promover formação continuada para o professor e disponibilizar materiais, conteúdos e equipamentos que os coloquem em condições de pensar em práticas diferenciadas para contemplar a diversidade de talentos e de personalidade de seus alunos.
• Valorizar o profissional da educação desenvolvendo ações de fortalecimento de um projeto nacional de formação e de apoio à melhoria das condições de trabalho dos professores e dos salários.
• Criar a função/cargo “Professor/Coordenador de Informática” para atuar na sala de informática como suporte e articulador para que seu uso se torne mais efetivo.
• Ampliar os recursos financeiros proporcionando melhores condições para a aprendizagem e na modernização dos espaços escolares.
• Promover concursos que incentivem a participação ativa da comunidade escolar e da comunidade em geral em produções que estimulem a expressão e a criatividade, fortalecendo assim, a identidade dos grupos e garantindo nossa pluralidade cultural. • Criar uma rede de parcerias entre as universidades, as emissoras de TV e rádio, jornais, ONGS para disponibilizar programas de conteúdo educacional que sejam de fácil acesso bem como a criação de uma rede de apoio a projetos pedagógicos que
Visem à elaboração, divulgação e exposição de materiais produzidos pela comunidade escolar.
• Implantar a ecologia política (ou antro política, segundo Morin) dentro das escolas a fim de desenvolver mentalidades compromissadas com as exigências dos novos tempos e a preparação da educação do futuro.

CONCLUSÃO

O educador do século XXI necessita compreender o mundo de hoje dentro da perspectiva do pensamento complexo que tem como base os quatro pilares da educação contemporânea propostos por Jacques Delors e que apresenta uma abordagem transdisciplinar, visto que articula uma nova compreensão da realidade com os elementos que passam entre, além e através das disciplinas, numa busca de entendimento dessa complexidade. Assim essa transdisciplinaridade não significa apenas que as disciplinas colaboram entre si, mas significa também que existe um pensamento organizador (chamado também de pensamento complexo) que ultrapassa as próprias disciplinas. Torna-se necessário ampliar o conceito de pedagogia que precisa estar baseada em um conhecimento contextualizado e voltada para a formação de competências necessárias a solução de problemas. A pedagogia, então, deve ser um campo de conhecimento que não trata apenas de teorias educacionais. Na medida em que se envolve com outras formas e outros tipos de conhecimento como as tecnologias de comunicação – TIC, o senso comum, a estética, a ética, a ciência, a cultura, a política, etc., tornam-se uma abordagem transdisciplinar. A articulação de teorias das ciências sustentará com formas e tipos de conhecimento que vão desde o primado das reflexões filosóficas até o advento da tecnologia. Dessa forma, através da proposta dos 04 pilares de Delors e dos 07 saberes de Morin é necessária a interligação de todos os conhecimentos, combatendo o reducionismo instalado em nossa sociedade e valorizando cada vez mais o complexo. A partir do abandono da educação tradicional e da implantação de uma ação didática contextualizada os problemas cotidianos serão incorporados ao currículo, interligando os saberes que serão dependentes entre si e não perdurados no ensino fragmentado. Partindo desse principio e da concretização das propostas de políticas públicas e ações estratégicas citadas para esse professor do século XXI, acreditamos em uma atuação diferenciada. Acreditamos, sobretudo, em nossos sonhos e, principalmente na possibilidade de torná-los realidades. E, finalizamos com a concepção de Delors: “quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente”.
Referência Bibliográfica HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
DURANT, Wil. A História da Filosofia, 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.